sexta-feira, 22 de julho de 2011

Educação em territórios de alta vulnerabilidade

Vulnerabilidade social do território influencia aprendizagem dos alunos, aponta pesquisa
Estudo realizado na Zona Leste de São Paulo mostra que crianças com o mesmo nível sociocultural apresentam desempenhos escolares diferentes de acordo com a localização da escola que frequentam.
O estudo Educação em territórios de alta vulnerabilidade social na metrópole, uma iniciativa da Fundação Tide Setubal em parceria com a Fundação Itaú Social e o Unicef e coordenação do Cenpec, constatou que, quanto maior a vulnerabilidade social do território, menor o nível da qualidade de ensino ofertado e menor a aprendizagem dos alunos, dinâmica denominada ‘Efeito do Território’.
Realizado entre 2009 e 2010, a pesquisa analisou dados das 61 escolas públicas da subprefeitura de São Miguel Paulista, na Zona Leste da capital, que atendem 88 mil alunos. Os dados mostram que quanto mais vulnerável o território, menor o resultado das escolas na avaliação do Ideb.
O objetivo da pesquisa foi averiguar o ‘Efeito do Território’ nas oportunidades educacionais oferecidas às crianças, adolescentes e jovens da periferia das metrópoles. “As metrópoles apresentam o seguinte paradoxo: ao mesmo tempo em que possuem grande riqueza econômica, social e cultural, apresentam indicadores educacionais abaixo das cidades de médio porte” explica a superintendente do Cenpec, Anna Helena Altenfelder.
Segundo Antonio Batista, coordenador de pesquisa do Cenpec, “esse aparente paradoxo é decorrente - segundo as investigações existentes sobre o tema - da forte segregação espacial que marca as áreas metropolitanas e que tende a isolar parcelas expressivas da população de oportunidades sociais, educacionais e culturais. A segregação e o isolamento espacial se tornam, assim, também uma segregação e um isolamento sociocultural e educacional”.
Para a coordenadora da Fundação Tide Setubal, Paula Galeano a pesquisa também tem mérito de apresentar, sob diversas óticas, os mecanismos que geram as desigualdades. "A Fundação atua em territórios vulneráveis onde percebemos a reprodução das desigualdades, pelo precário acesso da população aos bens e serviços que não estão distribuídos de forma justa na cidade. Nosso papel é o de integrar ações e políticas na tentativa de romper este ciclo e promover o desenvolvimento”, conclui.
O que mobilizou as instituições envolvidas a desenvolver este estudo foi a possibilidade de contribuir para o debate público sobre as políticas educacionais. “São necessárias políticas específicas para escolas em territórios de alta vulnerabilidade, sobretudo quando atendem alunos com baixos recursos culturais, visando garantir a equidade”, afirma a diretora da Fundação Itaú Social, Valéria Riccomini.
São duas as evidências que comprovam o impacto da vulnerabilidade do território onde se localiza a escola sobre as oportunidades educacionais oferecidas aos estudantes:
Primeira evidência
O estudo constatou que, das 61 escolas pesquisadas, as localizadas em territórios de alta vulnerabilidade ficaram abaixo da média local do Ideb. Por outro lado, entre as que estão em regiões centrais, com mais recursos culturais, financeiros e sociais, quase todas estão acima da média do Ideb de São Miguel Paulista.

Segunda evidência
Outra evidência detectada é que alunos com o mesmo nível sociocultural têm desempenhos diferentes conforme o nível de vulnerabilidade do local onde se situa a escola. Foi observado que, dentre os alunos de quarta série com baixos níveis socioculturais que vivem em territórios de alta vulnerabilidade, 50% tiveram nível de proficiência abaixo do básico na Prova Brasil em Língua Portuguesa, em 2007. Este índice cai para 38% nas regiões mais centrais. Esta evidência expressa um princípio fundamental para a Educação que é de que todos os alunos podem aprender, desde que garantidas as condições para isto.

A pesquisa também procurou identificar os mecanismos e processos que produzem o ‘Efeito de Território’. Foram encontrados cinco mecanismos que afetam as escolas em territórios de alta vulnerabilidade: 1) isolamento da escola em relação a outros equipamentos públicos no território; 2) baixa oferta de Educação Infantil e creches no entorno; 3) escolas com tendência a concentrar alunos com baixos recursos socioculturais; 4) desvantagem em relação a outras escolas na concorrência por bons profissionais; 5) modelo escolar vigente inadequado às necessidades dos alunos que estudam nestas escolas com alta vulnerabilidade. “O modelo escolar que organiza o funcionamento das escolas exige um repertório que os alunos com baixos recursos não possuem. A escola precisa estar preparada para atender o aluno real” explica o pesquisador do Cenpec e coordenador da pesquisa, Maurício Érnica.
Segundo a diretora da Fundação Itaú Social, Valéria Riccomini, o resultado da pesquisa indica que é necessário e urgente desenvolver políticas públicas específicas para escolas que estejam localizadas em regiões de alta vulnerabilidade social. “Ao concluir que crianças com o mesmo nível sociocultural têm desempenhos diferentes, o estudo mostra que o território influencia de forma significativa as oportunidades de aprendizagem. Por isso, as políticas precisam considerar as desigualdades e as especificidades de cada comunidade”, afirma.
( Contexto Livre )

sábado, 16 de julho de 2011

Organização do Sistema Acadêmico Brasileiro [Parte I]

É público e notório [para usar um clichê] que muitos estudantes do Ensino Médio e de Graduação não têm conhecimento de como se organiza o Sistema Acadêmico Brasileiro.

Em virtude dessa carência, passamos a publicar uma série de postagens com o intuito de fornecer, de maneira didática e introdutória, informações sobre o funcionamento do referido sistema.

Iniciemos com uma visão esquemática dos Níveis Acadêmicos, conforme a Lei 9394/06 [art. 21 e art. 44]:


Organização do Sistema Acadêmico Brasileiro [Parte II]

NÍVEIS ACADÊMICOS: EDUCAÇÃO BÁSICA


Educação Infantil [art. 30]

Objetiva o desenvolvimento integral [aspectos físico, psicológico, intelectual e social] da criança até seis anos de idade. Será oferecida em creches ou entidades equivalentes  [criança até três anos de idade] e em pré-escolas [crianças de quatro a seis anos de idade].

Ensino Fundamental [art. 32]

Essa fase deverá ter a duração de nove anos e se iniciará após o Ensino Infantil [crianças a partir de seis anos de idade] e antes do Ensino Médio, objetivando a formação básica do cidadão.

Ensino Médio [art. 35]

Fase final da educação básica, o Ensino Médio deverá ter duração mínima de três anos. Poderá ser profissionalizante ou propedêutico, isto é, visando à preparação para os vestibulares.

NÍVEIS ACADÊMICOS: EDUCAÇÃO SUPERIOR


Graduação*

Primeira etapa do ensino superior. A duração depende de cada curso escolhido, das normas institucionais e das regras dos conselhos reguladores das profissões (quando há). Confere grau e diploma que pode ser de bacharel (formação técnica), licenciado (formação pedagógica que permite ao graduado exercer o magistério) ou ambos.

Aperfeiçoamento

Curso de pós-graduação (ou seja, depois de concluída a raduação) lato sensu com duração mínima de 180 horas, visando ao aperfeiçoamento em determinado aspecto pontual da formação profissional do estudante. Lato sensu significa “geral”, “amplo”. Em outras palavras, trata-se ainda de uma formação de base.

Não confere grau, mas fornece um certificado que comprova a conclusão do curso.

Requisitos para ingresso – Graduação (algumas instituições exigem que a graduação tenha sido na mesma área do aperfeiçoamento escolhido).

Especialização

Curso de pós-graduação lato sensu com duração mínima de 360 horas, visando ao aprofundamento da formação conferida na graduação, com ênfase na iniciação à pesquisa científica formal e no amadurecimento intelectual. Não confere grau e é comprovado por certificado.

Requisitos para ingresso – Graduação (algumas instituições exigem que a graduação tenha sido na mesma área da especialização).

Mestrado

Primeira etapa da pós-graduação stricto sensu, varia em duração de acordo com as exigências institucionais (no geral, de um ano e meio a três anos, podendo chegar a quatro ou cinco anos, conforme as especificidades de cada área). Stricto sensu significa “específico”, “pontual”, “restrito”. Trata-se, portanto, de uma formação mais aprofundada e relacionada a um objeto de estudo bem definido. Assim, o mestrado visa à formação científica do graduado, que deve demonstrar um domínio mais complexo no campo da pesquisa, na área e no tema escolhidos. O mestrando deve ser aprovado em disciplinas formais, apresentar um trabalho por escrito – a dissertação de mestrado – e defendê-lo publicamente diante de uma banca examinadora composta por três profissionais qualificados. O resultado final precisa ser relevante e comprovar amadurecimento intelectual e conhecimentos relativos à bibliografia concernente. 

Confere grau e diploma de mestre.

Requisitos para ingresso (em geral):
  1. Graduação (a maioria das instituições, hoje, exige que a graduação tenha sido na mesma área ou área afim à do mestrado);
  2. Apresentação de projeto de pesquisa ou monografia (a maioria das instituições tem preferido o projeto de pesquisa);
  3. Apresentação de currículo pessoal completo e comprovado;
  4. Aprovação em prova de conhecimento específico da área do mestrado (que ocorre em uma ou duas fases, dependendo da instituição);
  5. Aprovação em prova de língua estrangeira (a maioria das instituições exige o inglês, mas há as que aceitem francês, alemão ou espanhol);
  6. Aceitação de um orientador (consiste em ter a anuência de algum dos professores efetivos do programa para seu projeto de pesquisa).
Doutorado

Segunda etapa da pós-graduação stricto sensu; constitui-se no último grau acadêmico que pode ser alcançado no sistema. A duração média de um doutorado atualmente varia entre dois e quatro anos (podendo, entretanto, chegar a oito anos em algumas instituições). Visa à execução de pesquisa científica inédita, original e relevante para o progresso científico, proporcionando um grau elevado de formação científica e relativa independência intelectual do doutorando. Exige grande domínio do conhecimento específico, da bibliografia concernente e dos procedimentos de pesquisa acadêmica, que deve ser demonstrado pela aprovação em disciplinas formais e pela escritura e defesa pública de uma tese doutoral avaliada por uma banca examinadora composta por cinco membros altamente qualificados. 

Confere grau e diploma de doutor.

Requisitos para ingresso no doutorado (em geral):
  1. Graduação ou mestrado, dependendo da instituição (a maioria das instituições, hoje, exige que seja na mesma área ou área afim à do doutorado);
  2. Apresentação de projeto de pesquisa inédito e original;
  3. Apresentação de currículo pessoal completo e comprovado;
  4. Aprovação em prova de conhecimento específico da área do doutorado (que ocorre em uma ou duas fases, dependendo da instituição);
  5. Aprovação em prova de duas línguas estrangeiras (a maioria das instituições exige o inglês associado a francês ou alemão ou espanhol ou italiano);
  6. Aceitação de um orientador (consiste em ter a anuência de algum dos professores efetivos do programa para seu projeto de pesquisa).
Postado por TerraBrasilisEducacional

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Haddad prevê reajuste em benefício destinado a bolsistas do ProUni

Haddad disse que o Brasil duplicou, em 8 anos, o número de vagas nas universidades públicas

O ministro da Educação, Fernando Haddad, pretende incluir na proposta de orçamento federal para 2012 a previsão de aumento na bolsa-permanência destinada a estudantes do Programa Universidade para Todos (ProUni).

A bolsa-permanência, de até R$ 300 mensais, é concedida a estudantes beneficiados com bolsa integral do ProUni matriculados em cursos presenciais de no mínimo seis semestres de duração e carga horária média superior ou igual a seis horas diárias de aula.

Nos últimos oito anos, disse Haddad, o Brasil duplicou o número de vagas nas universidades públicas, criou mais um milhão em instituições particulares de ensino superior, por meio do ProUni, e garantiu receita de quase R$ 10 bilhões ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

No Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes, que acontece em Goiânia até domingo, o ministro ressaltou a importância da participação dos estudantes na criação das políticas públicas para educação.

– A dívida com a educação começou a ser paga –, disse Haddad.
Correio Brasil

Desvios Criminosos


Segundo o TCE de Santa Catarina, de 2003 a 2010, o governo do pemedebista/tucano Luiz Henrique, cujo mandato foi concluído pelo demopatife Leonel Pavan, desviou de seu uso legalmente autorizado recursos do FUNDEB da ordem de R$2.795 bilhões para pagamento de professores aposentados, além de outros desvios para o caixa da Assembléia Legislativa, Tribunal de Justiça, Ministério Público e até para o próprio Tribunal de Contas catarinenses.
Resultado: educação pública sucateada e professores em greve há mais de trinta dias. Não sei se os docentes paraenses chegarão a tanto, para recuperar direitos usurpados pela dupla Lorota/Nilson, principalmente agora, quando a direção sindical troca olhares ternos com o governo tucano. Mas que o descaso com a educação pública de lá é muito parecido com a daqui, não resta a menor dúvida.
Cedido gentilmente pelo nailharga .

domingo, 3 de julho de 2011

Tunga de direitos

Eis algumas das medidas tomadas pela tucanalha que governa Minas Gerais contra os professores, que voltaram ao estado de greve pois quem trabalha de graça é relógio,"b) reduziu os percentuais de promoção de 22% para 10%, e de progressão de 3% para 2,5% na carreira. Os educadores de Minas são os únicos a sofrerem esta redução entre todos os demais servidores de Minas;
c) confiscou todas as gratificações e vantagens, como biênios, quinquênios, pó de giz, gratificação por pós-graduação, etc., que conquistamos ao longo da nossa carreira;
d) confiscou o tempo de serviço de todos os educadores, que foram posicionados no grau inicial das tabelas salariais – grau A -, e com isso igualou por baixo os salários dos trabalhadores em educação. Um professor em início de carreira ganhará o mesmo salário de um professor com 10 ou 15 anos de Estado".
Prestem atenção, trabalhadores da educação, para o item D que pode ser o parâmetro pra tucanalha local na Seduc criar um novo conceito de estágio probatório, evidentemente, retirando direitos e reduzindo salários dos trabalhadores.