quarta-feira, 13 de abril de 2011

Como é difícil os governos de Esquerda governarem Parte II

Texto produzido pelo professor Jorge Coutinho. Cont.


Penso que essas ações são de valorização dos trabalhadores e conseqüentemente das classes populares. Seguindo assim os princípios filosóficos da educação democrática. Devo dizer ainda que essa não uma prática particular de um governante, não, mas de um partido político que nos últimos trinta anos tem feito muita coisa em prol das classes populares. Essa práxis não é da Ana Júlia, ou do Edmilson Rodrigues, Tasso Genro, entre outros, quando governam, eles seguem as propostas do partido... O grande problema é que nós personalizamos as pessoas e esquecemos o partido. A práxis das pessoas são contingências dos partidos. E esses por sua vez seguem teorias filosóficas e científicas que formatam a ciência Mor, a política. O grande trunfo da direita foi conseguir, consubstanciada pelas contribuições midiáticas, é claro, afirmar que ninguém é diferente na política.Isto é, a Ética foi riscada  das ações  na política. Assim se perdeu as igualdades de condições  na luta para os cidadãos serem eleitos para representantes da polis,das categorias profissionais, etc. É aí que está a grande complexidade na sociedade orgânica: Os cidadãos conseguirem  decifrar essa engenharia de saber a que classe social ou categoria profissional os eleitos vão representar. A complexidade continua quando já estão nos seus postos criam as ideologias para continuar enganando. Aí se apresenta grande dificuldade dos governos de esquerda governar,geralmente esses governos que tem um discurso bem diferente dos partidos representados por grupos oligopólitas e reacionários, não fazem parte da super-estrutura da sociedade como foi sistematizado por Gramsci. Ora, os governos de características popular conseguem se relacionar muito bem com a infra estrutura, isto é a base da sociedade, enquanto que os governantes reacionários,conservadores estão muito bem com os representantes da Elite brasileira. Eles se organizam e planejam as formas de governar atendendo os interesses os  da super-estrutura e não da infra. O que para muita gente é chato, Esse discurso, a realidade é apresentada no dia-a-dia ainda no séc.XXI. Já iniciou com o Governo Jatene nomeando 1500 assessores especiais, desses 12 são filhos ou parentes dos juízes e desembargadores, 07 são parentes do governador que assim incentiva o nepotismo na gestão das coisa públicas. Isso é crime, mas não funciona como tal, pois os amigos não denunciam seus amigos, pois assim for, desestrutura   a superestrutura.
A mais nova enganação é que a mídia faz questão de disseminar como uma coisa extraordinária, é que o governo Jatene vai chamar 1.500 concursados. Isso em diversas áreas em todo o Estado e não apenas na educação. Assim dá uma satisfação para a sociedade e continua contratando em grande escala principalmente na área da educação. Mas a mídia não estampou nos seus jornais quando a Governadora Ana Julia chamou 2.300 técnicos pedagógicos em 2008, fato que não ocorria num período de 20 anos. Com certeza se o seu governo estivesse em consonância com a superestrutura isto seria uma das bandeiras para sua reeleição.
A outra enganação que está acontecendo muito pelos governantes representantes da superestrutura é o tal do Seletivo por apenas um ano. Isso é uma constante no nordeste do Brasil, especialmente no Maranhão. Já chegou no Pará com o prefeito  Duciomar  Costa e vai se estendendo em todo o Estado.  A FUNPAPA, Já está no sexto ano fazendo esses seletivos. Assim os trabalhadores não têm garantia nenhuma e ainda perdem a chance de se efetivarem no serviço público. Mas onde está a justiça? Os homens do direito? Os profetas das Igrejas? Os doutores? Eles estão na superestrutura, não se denunciam. O que aconteceu com essa engenharia foi o surgimento da dual sociedade: uma que pode comprar os bens de serviços e a outra que depende exclusivamente dos bens do serviço público, no caso a maioria.
Como não se denuncia nada, as pessoas vão se submetendo e aceitando um pouco do pouco que lhe cabe, e cabe bem aqui o adágio dos latinos: “ Primus vivere deinde filosofare”- primeiro viver  depois filosofar. Ou no dizer de J.P. Sartre: “a sobrevivência precede a essência”. Essa complexidade nos coloca numa dimensão muito profunda com o ato de educar que é sensibilizar as pessoas principalmente os educandos para ter consciência de classe e ser um agente de transformação social. Por fim vamos criar um sindicato que não trabalhe somente em três momentos: eleição para governo estadual, Municipal e a do próprio Sintepp.                                                                                                                                                                        

Um comentário:

  1. É isso mesmo professor Coutinho, por que que nós brasileiros, paraenses estamos sempre correndo atrás do prejuízo? È triste saber que tantas coisas boas foram construídas e os maníacos do política conseguiram convencer as possoas, ajudados pelos cães de guarda da borguesia, a mídia,dizendo que não se fez nada, é revoltante. O pior que tem professor repetindo....Pode?

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